SPFC – Meritocracia mal conduzida dá problemas!
O esporte é pródigo em nos trazer lições e aprendizados, especialmente o futebol, paixão nacional.
Na última quarta feira, dia 13 de fevereiro o São Paulo Futebol Clube entrou em campo para jogar contra o modesto time argentino Talleres. A competição, Libertadores da América, estava em fase eliminatória, ou seja, somente um dos dois continuaria e passaria de fase.
No duelo dividido em dois jogos, sendo um em cada sede (Argentina e Brasil), o time brasileiro perdeu o primeiro confronto por 2×0 e precisava vencer por mais de 2 gols de diferença para continuar vivo.
O problema é que, desde o início do ano o time não apresentou um bom e convincente futebol. Com mais de R$ 45 Milhões gastos na contratação de jogadores (muitos de primeira linha), o time não “deu liga” e o que se percebeu foi uma dificuldade do treinador André Jardine em fazer o time entrar no eixo. O resultado ocorreu conforme o previsto, o time empatou em 0x0, foi eliminado e André Jardine retirado do cargo de Treinador.
É exatamente nesse ponto que devemos nos atentar. André Jardine é um profissional que chegou ao São Paulo em 2015. Colecionou títulos nas divisões de base e foi responsável pelo desenvolvimento de “n” jogadores que se tornaram bons profissionais.
No ano passado, o São Paulo começou um projeto para torná-lo treinador efetivo. Passou a ser auxiliar dos treinadores Dorival Júnior e depois Diego Aguirre e no fim de 2018 assumiu o time principal, como uma promoção justa, já que desde 2015 é um funcionário exemplar e colecionador de resultados.
O problema é que Jardine não se mostrou preparado para o tamanho da responsabilidade. O time está, praticamente, 10 anos sem ganhar nenhum título de expressão, o que gera uma pressão gigante sobre o novato treinador. Fora isso, Jardine teria de lidar com estrelas experientes e não mais com garotos sub 20 desconhecidos. A gestão de equipes, controle das vaidades, interesses e interferências é algo extremamente necessário para os técnicos atuais.
Jardine, no dia 14 de fevereiro foi desligado do comando do clube, após 3 meses de trabalho. Aproveitamento de 33,3%.
O caso de Jardine representa algo que sempre recomendamos para nossos clientes, NÃO PROMOVA QUEM NÃO ESTÁ PREPARADO PARA O DESAFIO! Ou então, pague o preço do tempo e DESENVOLVA O COLABORADOR!
É comum vermos empresas que promovem para a gerência o melhor vendedor, o funcionário de mais confiança ou mesmo aquele que está a mais tempo na casa, mas não necessariamente estas pessoas estão aptas a ocupar o cargo. Nesses casos, perdemos dois cargos, o cargo antigo e a nova gerência.
Meritocracia é extremamente benéfica para as empresas, deve ser executada e implementada, mas precisa ser cuidadosamente trabalhada, para não ter que incorrer no erro de, em uma ação errada, perder um bom colaborador e causar desmotivação e desconstrução da cultura no time.
Lembrem-se sempre. Promoção de colaboradores é coisa séria, senão em pouco tempo, a felicidade da evolução na carreira vira frustração e decepção, para empresa e colaboradores.
Obrigado pela leitura!