Quando o “Oceano Azul” se avermelha!!!
No ano de 2005 os autores W. Chan Kim e Renéé Mauborgne escreveram o badalado livro “A estratégia do Oceano Azul” (Próxima dica de conhecimento).
No livro os autores apresentam um modelo estratégico que busca tornar a concorrência irrelevante, criando diferenciais únicos e assim, abrindo mercados inexplorados. Uma das empresas que melhor exploraram o conceito (consciente ou não) foi a NETFLIX.
A organização iniciou suas atividades no final dos anos 90, alugando filmes (mídia física) e entregando na casa de seus clientes, desafiando a supercampeã da época, BlockBuster.
Com o advento das novas tecnologias, foi a primeira empresa a entrar de cabeça no universo do STREAMING, inaugurando um mercado de enorme sucesso, onde passamos a ter a possibilidade de assistirmos filmes de maneira ilimitada, com uma assinatura mensal fixa através da internet.
O sucesso arrebatador gerou respostas e naturalmente as empresas que eram fornecedoras dos filmes (SONY, DISNEY, FOX, etc) se viram ameaçadas e começaram a retirar algumas licenças e ensaiar a entrada no segmento, já que ao mesmo tempo que o serviço de streaming crescia, as assinaturas de canais a cabo (uma das fontes de renda dessas empresas) caía assustadoramente.
Com essa ameaça a NETFLIX novamente se reinventou a passou a ser uma produtora de filmes, além de uma plataforma de streaming, alcançando um novo sucesso recorde com produções épicas como “House Of Cards”, “La Casa de Papel”, etc.
Só que agora, esse território em que a empresa chegou primeiro e nadava sozinha, se encheu de concorrentes, tais como “Disney Plus”, “Amazon Prime”, “HBO Max”, “Globo Play”, etc.
Resultado, na divulgação dos resultados referentes ao primeiro trimestre de 2022, a empresa reportou uma queda no número de assinantes, na ordem de 200 mil assinaturas perdidas.
Além disso, a própria empresa projeta que pode perder até 2 milhões de assinantes no segundo semestre.
Além disso, alguns dos fatores que fizeram a NETFLIX se tornar a gigante do entretenimento, como flexibilidade de canais (podendo assistir de onde quiser) e facilidade para cancelamento, são os grandes vilões, já que o compartilhamento de senhas por vários usuários e a possibilidade de cancelamento fácil, possibilitando a migração dessas assinaturas para outras plataformas sempre que uma novidade estiver acontecendo, tornam seu crescimento vulnerável.
A empresa prepara respostas como a taxação pelo compartilhamento de senhas, inserção de publicidade nos filmes e redução das taxas de assinatura. São ações que podem ajudar, mas estão longe de revelar um novo oceano azul.
Assim, a NETFLIX hoje se pergunta:
O que fazemos quando o Oceano Azul se avermelha?
Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos!
Esperamos que tenha gostado da análise de hoje, sucesso e até a próxima!!!