ACELERANDO A TRAVESSIA
Estamos diante da maior crise que nossa geração já passou, isso é um fato!
Sabemos também que o medo com o vírus e a insegurança com relação ao futuro, sobretudo com as questões econômicas, tomam conta nesse momento.
No entanto, é fundamental, no meio desse turbilhão todo, olharmos as questões positivas que estão acontecendo no mundo e o redesenho que nossa sociedade passa. Para alimentar essa discussão, vou listar algumas coisas abaixo.
Empresas assumem seu protagonismo e sua responsabilidade social.
Doações:
- Gerdau, AMBEV e Hospital Albert Einstein se unem e construirão, em conjunto com a prefeitura de SP, um novo hospital que será dedicado ao tratamento do COVID-19, mas depois ficará para utilização do município. A entrega do hospital está prevista para 30 de abril.
- AMBEV produz e doará 500 mil unidades de álcool em gel para hospitais públicos. A grife de roupas Reserva, está produzindo mais de 10 mil máscaras para doar. A BRF vai doar R$ 50 milhões em alimentos e insumos médicos.
- Itaú doou R$ 150 Milhões, Magazine Luiza doou R$ 10 Milhões, assim como o IFOOD que doou R$ 50 Milhões, Nubank R$ 20 Milhões, STONE R$ 30 Milhões, BRF R$ 50 milhões e tantas outras.
Organização de Movimentos e Iniciativas:
- Várias empresas estão se envolvendo em movimentos de ajuda a sociedade e aos negócios. Uma das iniciativas mais importantes é o movimento #NãoDemita que pede para que empresas não façam demissões agora, pelo menos até o final de maio, e dessa forma ajudarão a sociedade a passar por esse período, bem como se recuperar mais rápido no pós crise. O movimento já conta com centenas de empresas de todos os portes, inclusive pequenas e médias.
- Além de não demitir, o movimento pede ainda que empresas e empresários que possam, ajudem pessoas, comunidades e pequenos empreendedores (muitos informais) que perderam suas capacidades de subsistência com a pandemia.
- Empresas de Tecnologia e diversas outras que trabalham com pelo menos uma parte de suas operações no online, liberaram acesso a ferramentas premium para usuários comuns, Amazon liberou livros digitais, Google aumentou as capacidades do Meet, e assim sucessivamente.
Empresas e negócios começam a se reinventar por conta da crise, a travessia que já havia começado, somente se acelerou.
- Para o público interno, o Home-Office que já se mostrava como alternativa havia tempo e teve boa parte de seu processo regulamentado pela reforma trabalhista, ganhou força de vez. O que estava em processo durante 10 anos, foi acelerado por força maior em 15 dias.
- Para a área de varejo, restaurantes e similares, a alternativa do Delivery e atendimento digital também ganhou força, mas em verdade, já havia tempo que o OMNICHANNEL, capacidade de atendimento e vendas por múltiplas plataformas, demonstrava que o futuro passava por isso.
- O entretenimento ganhou força também no digital, no último sábado dia 04 de abril, a dupla Jorge e Matheus conseguiu ultrapassar a marca de 3 milhões de espectadores no Youtube, fora aqueles que acompanharam pelos canais Claro que transmitiram a Live, feita na “garagem”. Os artistas reforçaram a simpatia com a marca com essa ação.
- Quem também aproveitou dessa oportunidade foram as marcas que patrocinaram o evento. Na verdade essa ideia que começou com o sertanejo Gustavo Lima e está ganhando adeptos deve continuar acontecendo no pós crise, não substituindo os shows ao vivo (a experiência de consumo continuará muito forte), mas para aqueles que não possuem condições de ir aos shows, músicos que estão com agendas livres e marcas interessadas em publicidade dirigida. Por um momento imagine, se Jorge e Matheus tivessem cobrado R$ 300.000,00 para fazer a live, atingindo 3 milhões de pessoas, o custo de publicidade seria de R$ 10,00 por pessoa, se esse custo fosse dividido por três marcas, sairia a menos de 4 reais por pessoa. Muito mais barato e dirigido do que muitas mídias, inclusive a TV, dependendo do horário e canal.
- O setor educacional descobriu que a modalidade EAD é muito mais do que gravar vídeos, recomendar artigos ou efetuar correções de trabalho, viu que é possível realizar aulas com qualidade e, inclusive, utilizando de um número amplo de ferramentas que apoiam e melhoram a experiência dos alunos. É óbvio que o ensino EAD irá crescer, mas mais do que isso, o ponto principal é que o presencial terá de se reinventar de vez, a experiência de ir até a faculdade tem de valer muito a pena e, ainda assim, não deverá acontecer diariamente.
Isso tudo além de tantas outras transformações que vão se solidificando.
Por fim, a crise traz em seu bojo também questões positivas, mas sobretudo, ajudou a acelerar o processo de transformação que a sociedade atravessa. A travessia que havíamos começado há alguns anos se acelerou e o mundo (sobretudo dos negócios) será outro após a crise da COVID-19.
O tempo será muito mais valorizado, a experiência ganhará uma força absurda, as relações de trabalho, produtividade e controle serão redesenhadas, o digital entra de vez em nossa vida e assim (praticamente) todos os setores da economia terão de se reinventar.
Além disso, um novo perfil de empresa se faz presente, uma empresa mais focada e preocupada com o social, não para posar de boazinha ou interesses escusos, mas por entender seu papel dentro da sociedade, por entender que o “pensar em todos” é a melhor maneira de “pensar em mim”, e que a visão de longo prazo sempre prevalece sobre o olhar pequeno e imediatista do curto prazo.
E como tudo em nossa vida, quem começou primeiro, saiu na frente e já se mostra mais preparado para esse novo mundo, mas a boa notícia, é que ainda dá tempo de se preparar e ter sucesso nessa nova sociedade que se forma!!!
Chegou a hora. Vamos nessa?!